_Pode encher o tanque.
_Álcool?
_É bi.
_Não, sou hétero.
_Não, não, o carro é bicombustível, mas você é flex, não? Alô?
_Onde você está?
_No posto, vou explicar tudo aqui...
_Cê tá louca?
_Não, querido.
_Alô? Como?
_Acho que não estou louca, não. Só tô atendendo o celular no posto de gasolina, mas tudo bem.
_Ah, vem logo. Cê tá atrasada. São sete horas!
_E a que hora você vem pra cá?
_Relaxa!
_Olha, sou vendedora de antiguidades. Se você precisar, este é o meu cartão.
_Ah ... Sim, senhora.
_Pode ligar quando quiser.
_Obrigado se...
_Mas quando quiser mesmo!
_Ah, sim, ... em breve.
_Espero.
_Obrigado pela preferência por nossos serviços e volte sempre ....
Quem anda no carro de Vânia, no banco traseiro do automóvel, tem a companhia de uma caixa de ovos. Ela é levada sobre o porta-malas. Atrás do banco de trás. Um termômetro. Ela sempre vai de olho no ovos. É como se olhasse direto para o conteúdo do porta-malas. Peças de valores elevados e muito sensíveis. Podem quebrar como ovos.
_Estamos pisando em ovos novamente.
_Minha cabeça não aguenta mais...
_ É mesmo?
_Pelo menos não aguentava antigamente.
_Cê não consegue mais resolver problemas, olha só, como apesar de tudo, a gente sempre consegue segurar a nossa onda.
_Isso que aconteceu agora vai...
_Isso que aconteceu agora estava planejado, e ter dado certo é o mínimo que podia acontecer.
_Ah que droga, você não me deixa comemorar nada, não?
_Desculpa. Quero dizer: Desculpas o caralho! Olha só. Estou quase vacilando novamente.
_Relaxa cara. Agora é diferente. O que estou comemorando é que a gente vai ganhar um fôlego...
_...
_Ah, é só um champanhe no...
_Olha, começa assim e logo a gente vai começar por câmeras dentro das casas das pessoas e essas pessoas vão nos odiar, sabe? Pois elas já odeiam por muito menos, quero dizer: Por muito menos.
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